LYRIC

Eu sei dum poema louco
Nascido dum grito rouco,
Que por pouco
Se calou.

Também dum poema pomba,
Alva, branca. De mim zomba.
Sonho-bomba
Que estourou.

Sei do poema indigente,
Tingido de inteligente.
Do demente
Que alucina.

Do poema que não diz,
De feiticeiro aprendiz,
Meretriz,
E concubina.

Sei do poema matreiro,
Velado, mas verdadeiro,
Sorrateiro,
Que desperta.

Amo o poema, que arrasa
Vento, fúria que extravasa,
Golpe de asa,
Que liberta!

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