LYRIC

Mora num beco de Alfama
E chamam-lhe a madrugada
Mas ela de tao estouvada
Nem sabe como se chama.
Mora numa agua-furtada,
Que mais alta de Alfama
A que o sol primeiro inflama
Quando acorda a madrugada.
Nem mesmo na Madragoa
Ningum compete com ela,
Que do alto da janela
Tao cedo beija Lisboa.
E a sua colcha amarela
Faz inveja Madragoa:
Madragoa nao perdoa
Que madruguem mais do que ela.
Mora num beco de Alfama
E chamam-lhe a madrugada,
Sao mastros de luz doirada
Os ferros da sua cama.
E a sua colcha amarela
A brilhar sobre Lisboa
como estatua de proa
Que anuncia a caravela…
David Mourao Ferreira

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